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Volume 20, N° nico - 2001
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Márcio Caniello
Resumo
“O Brasil vacila entre o pessimismo mais obtuso e a esperança mais frenética” (Nél-son Rodrigues)
O objetivo deste ensaio é fazer um “balanço” da gênese da formação nacional do Brasil, com o intuito de auxiliar na superação de um dos maiores paradoxos da men-talidade brasileira: a nossa incapacidade em contrabalançar autocrítica e auto-estima quando nos avaliamos como um “povo”. Neste sentido, analisamos, sob a heurística da Sociologia Histórica, dois processos essenciais da construção nacional que reper-cutiram na constituição do ethos brasileiro: a formação do povo articulada à defesa da soberania territorial e a configuração da cidadania. Por um lado, a bem-sucedida aliança militar entre lusos e índios, encetada para defender o território da invasão estrangeira, produziu a primeira expressão cultural genuinamente nacional, a guerra brasílica, a qual simboliza nossas maiores potencialidades como povo. Por outro lado, a configuração da “cidadania à brasileira” assentou-se sob um estatuto da desi-gualdade civil, base ética da exclusão social, o nosso principal “problema nacional”.
Palavras-chave: construção da nação; Sociologia Histórica; Ethos
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