Slam: uma análise do discurso por meio das formações ideológicas e discursivas
Resumo
Este estudo objetiva mobilizar uma análise discursiva acerca do slam “A menina que nasceu sem cor”, com o intuito de trazer à tona ressonâncias de petrificação preconceituosas acerca da negritude, mas, sobretudo, de mostrar o importante papel de resistência discursiva a esses sentidos perenizados, por meio das contribuições teórico-metodológicas da Análise do Discurso de linha francesa (doravante AD), apoiadas nos escritos de seu precursor Pêcheux e no Brasil por Orlandi. O corpus desta análise se pauta no slam “A menina que nasceu sem cor” da slammer Midria Silva, que pode ser visualizado no YouTube (https://youtu.be/o6zEZP7pudQ), ou no seu livro de mesmo título da materialidade em estudo; declamado em um acontecimento discursivo do Poetry Slam no qual os poetas ou melhor, slammers, competem entre si em uma batalha com temáticas de cunho social que geralmente denunciam algo que os inquietam, tendo como recursos apenas a voz e o corpo. Logo, para a análise, o conceito de formação discursiva e, consequentemente ideológica, é imprescindível para compreensão do funcionamento discursivo do gênero e por meio de gestos de interpretação entender porque é um discurso que não só reproduz, mas resiste e transforma conceitos perenizados, uma vez que “grita” para um ressignificar de sentidos cristalizados pela ideologia dominante, ou seja, nasce da luta de classes, sendo constitutivo a todo discurso – a resistência.
PALAVRAS-CHAVE: Análise do discurso francesa; Slam; Formação discursiva e ideológica.
Palavras-chave
Referências
A MENINA QUE NASCEM SEM COR. Autoria: Midria Silva . 2018. 1:31: Disponível em: https://youtu.be/o6zEZP7pudQ. Acesso em: 28 de fevereiro de 2022.
BAHKTIN, M. Gêneros do discurso. In: Estética da criação verbal. Trad. Maria Ermantina Galvão; rev. trad. Marina Appenzeller. 3.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
BERSANI, H. Aportes teóricos e reflexões sobre o racismo estrutural no Brasil. Extraprensa, São Paulo, v. 11, n. 2, p. 175 – 196, jan./jun. 2018.
BALBINO. J. Oralidade, Voz e Literatura feita por mulheres periféricas. In: Mulheres em discurso. São Paulo. p.162-182, 2016.
NEVES, C. A. de B. Slams – Letramentos literários de reexistência ao/no mundo contemporâneo. Linha D'Água (Online), São Paulo, v. 30, n. 2, p. 92-112, out. 2017.
ORLANDI. E. P. Análise de Discurso e Interpretação. In: Discurso e Texto: formação dos sentidos. Campinas, São Paulo: Pontes, 2001. p. 19-29.
ORLANDI. E. P. As formas do silêncio: no movimento dos sentidos. 6ªed. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2007.
ORLANDI. E. P. Análise de discurso: princípios e procedimentos. Campinas: Pontes, 2009.
ORLANDI. E. P. Discurso em Análise: Sujeito, Sentido e Ideologia. 2 ed. Campinas, SP: Pontes Editores, 2012.
PÊCHEUX, M. A análise de discurso: três épocas. In: GADET, F.; HAK, T. (org.). Por uma análise automática do discurso: uma introdução à obra de Michel Pêcheux. Campinas,SP: Editora da Unicamp, 1993 [1983].
PÊCHEUX, M. O discurso: estrutura ou acontecimento. Tradução: Eni Puccielli Orlandi. 5ª ed. Campinas: SP: Pontes Editores, 2008.
PÊCHEUX, M. Semântica e discurso: crítica à afirmação do óbvio. Tradução: Eni Puccinelli Orlandi et al. 5ª ed. Campinas, São Paulo: Editora da UNICAMP, 2014.
PÊCHEUX, M. Análise de Discurso. In: ORLANDI, Eni P. Textos selecionados. 4ª ed. Campinas: Pontes Editores, 2016.
PÊCHEUX, M. Análise Automática do Discurso. Tradução: Eni Puccinelli Orlandi e Greciely Costa. Campinas, São Paulo: Pontes Editores, 2019.
DOI: http://dx.doi.org/10.35572/rlr.v11i3.2517
Apontamentos
- Não há apontamentos.
Direitos autorais 2022 Revista Letras Raras

Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.
Indexadores:
Siga-nos nas redes sociais:
VISITANTES NO MUNDO DA REVISTA LETRAS RARAS: