Padrões na atribuição de gênero em francês comparados ao português

Rossana Saute Kolodny, Luiz Carlos Schwindt

Resumo


Este artigo trata da correspondência entre morfologia e fonologia no que diz respeito à marcação gramatical de gênero no francês (comparada ao português), língua que se comporta de maneira diferente de outras línguas de mesma origem, uma vez que, em princípio, não contém vogais temáticas. Partimos da premissa de que o francês, como outras línguas românicas, pode ser considerado um sistema formal de atribuição de gênero, como estabelecido por Corbett, que associa as informações de gênero ao segmento final da palavra. Os dados observados são 2.000 substantivos do francês extraídos de 20 entrevistas do banco de dados de língua falada Corpus of Français Parlé Parisien des Années 2000. Para a análise dos dados, consideramos, entre outras variáveis, a distribuição geral de gênero (masculino / feminino), animacidade , correspondência com sexo, tipologia de gênero, segmento fonológico final e derivação (ocorrência ou não de sufixo derivacional no final da palavra). Os resultados apontam não apenas para padrões morfofonológicos de atribuição de gênero, mas também para a influência de outras variáveis, como frequência de uso, e levam à conclusão de que o segmento fonológico final — e não necessariamente fonético — /e/ corresponde ao marcador de gênero na maioria das palavras analisadas, instanciando o feminino como gênero gramatical.

PALAVRAS-CHAVE: Gênero gramatical; Francês; Morfofonologia; Morfologia; Fonologia.


Palavras-chave


Letras; Linguística; Línguas estrangeiras; Morfologia; Morfofonologia; Língua francesa

Texto completo:

Français Português

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Université Paris III – Sorbonne Nouvelle. Corpus du Français Parisien Parlé dans les Années 2000. Disponível em http://cfpp2000.univ-paris3.fr/.




DOI: http://dx.doi.org/10.35572/rlr.v11i4.2437

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