Implicações políticas, didáticas e culturais do ensino-aprendizagem do FOS para os estudantes dos cursos de Relações Internacionais na Paraíba
Resumo
O lugar que ocupa a Língua Francesa nas relações internacionais a torna uma língua que faz parte da diplomacia, do mercado de trabalho e de algumas das mais importantes organizações internacionais, a exemplo da Organização das Nações Unidas (ONU) e da União Europeia (UE). Por quase duzentos anos, o francês foi a língua da diplomacia ocidental. O Tratado de Rastatt foi o primeiro a ser redigido em francês, no lugar do latim, em 1714 (AUTRAND; BÉLY; CONTAMINE, 2007). Posteriormente, especialmente entre o final do século XVII e o início do século XX, o francês cedeu espaço para a língua inglesa, sem perder, no entanto, o seu status jurídico e formal (HOHENECKER, 2012). Assim, o ensino-aprendizagem da Língua Francesa para estudantes brasileiros que se dedicam à área das Relações Internacionais deve ser pensado de modo particular, se inserindo na modalidade Français sur Objectif Spécifique – FOS. Diante dessa particularidade, não há muitas pesquisas que visem a delinear as necessidades e o formato de um curso voltado para esse fim. Desse modo, através de uma pesquisa de natureza bibliográfica (GIL, 2008), objetivamos refletir sobre as implicações do ensino-aprendizagem do FOS, focando nos aspectos políticos, didáticos e culturais, para os estudantes do curso de Relações Internacionais(RI) na Paraíba, tomando por base os estudos de Spolsky (2004, 2009, 2012), que discute sobre as implicações das Políticas Linguísticas (PL) e a noção de Ideologias Linguísticas (IL) de Del Valle (2007). Também nos baseamos em estudos de Parpette e Mangiante (2016) acerca do FOS. As reflexões aqui desenvolvidas oferecem uma proposta específica para as aulas de francês para o público do curso de RI da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).
Palavras-chave
Referências
ALBUQUERQUE-COSTA H. PARPETTE, C. Français sur Objectif Universitaire : méthodologie, formation des enseignants et conception de programmes. Série enjeu v. 4. São Paulo : Humanitas : Paulistana, 2016.
AUTOR/A, 2018.
BONNICHON, P. France et Brésil: apports réciproques aux XVIe et XVIIe siècles. Disponível em: http://academie-de-touraine.com/Tome_24_files/009-025.pdf . Acesso em 06 mar. 2017.
BOURDIEU, P. A Distinção: crítica social do julgamento. São Paulo: Edusp; Porto Alegre: Zouk, 2007.
BRASIL. Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996 - Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: . Acesso em 13 jun. 2015. Brasília: MEC,1996.
______. Lei n° 11.161 de 5 de agosto de 2005. Estabelece o ensino do espanhol obrigatório nos currículos plenos do ensino médio. Disponível em: . Acesso em 13 jun. 2015.
______. Lei n° 13.415, de fevereiro de 2017 – Altera as Leis nºs 9.394, de 20 de dezembro de 1996 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, dentre outros, e revoga a lei n° 11.161 do 5 de agosto de 2005. Disponível em: . Acesso em: 22 jun. 2017.
______. Lei n° 11.161 de 5 de agosto de 2005. Estabelece o ensino do espanhol obrigatório nos currículos plenos do ensino médio. Disponível em: . Acesso em 13 jun. 2015.
______. Base Nacional Comum Curricular. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso: 03 out 2020
CALVET, L-J. As Políticas Linguísticas. São Paulo: Parábola Editora, 2007.
DAY, K. Línguas Estrangeiras na Contracorrente da Política Linguística Educativa Nacional: O Ensino do Francês No Amapá. Revista Linguas Letras, v. 20, n. 46, 2019. Disponível em: http://e-revista.unioeste.br/index.php/linguaseletras/article/view/21937. Acesso em: 03 out 2020
______. Políticas Linguísticas Educativas em conflito no Amapá: impactos e contradições da LDB 9394/96 e da Lei 11.161/2005. 2016, 198f. Tese de Doutorado em Estudos da Linguagem) – Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, 2016.
DEL VALLE, J. Glotopolítica, ideologia y discurso: categorias para el estúdio des estatus simbólico del español. In: DEL VALLE, J. (ORG.). La lengua, ¿patria común? Ideas e ideologías del español. Madrid: Fráncfort: Iberoamericana/Vervuert, 2007.
FERNANDES, M. Bacharelado em Relações Internacionais. Site da UEPB- Campus V. Disponível em: http://centros.uepb.edu.br/ccbsa/cursos/ 2019. Acesso em: 10 de outubro de 2020.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Editora Atlas, 2008.
GLISSANT, É. Poétique de la relation. Paris, Editions Gallimard, 1990.
HAZARD, 1971 apud Autor/a
LAGARES, X. C. O espaço político da língua espanhola no mundo. Trab. Ling. Aplic., Campinas, n (52.2): 385-408, jul./dez. 2013, p. 386-387. Disponível em: Trab. Ling. Aplic., Campinas, n(52.2): 385-408, jul./dez. 2013. Acesso em 15 fev. 2018.
LEFFA, V. J. O ensino de línguas estrangeiras no contexto nacional. Contexturas, APLIESP, n. 4, 1999. p. 13-24.
MONTEIRO, F. S. Ofício 0022512010 DAEB/INEP/MEC, 2010. Disponível em: http://www.fbpf.org.br/enem/2011/correspondencia_INEP_maio_2011.pdf. Acesso em: 07 out. 2020.
NOVO, B. N. s/data, https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/direito/leis-diretrizes-bases-educacao-comentarios.htm
PARPETTE, C. MANGIANTE, J.-M. Le Français sur Objectif Spécifique ou l’art de s’adapter. In : ALBUQUERQUE-COSTA H. PARPETTE, C. Français sur Objectif Universitaire : méthodologie, formation des enseignants et conception de programmes. Série enjeu v. 4. São Paulo : Humanitas : Paulistana, 2016.
SCHWARCZ, L.M. A arcádia Francesa chega ao Brasil: as tela melancólicas de Nicolas-Antoine Taunay in PERRONE-MOISÉS, L.(ORG.) Cinco séculos de presença francesa no Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2013.
SOUSA; ROCA, 2015 Políticas Linguísticas declaradas, praticadas e percebidas. João Pessoa: Editora da UFPB, 2015.
SPOLSKY, B. Language Policy. Cambridge: Cambridge University Press, 2004.
TRUCHOT, C. L’anglais en Europe: repères. Division des politiques linguistiques, Direction de l’éducation scolaire, extrascolaire et de l’enseignement supérieur DGIV. Conseil de l’Europe, Strasbourg, 2002. Disponível em:
DOI: http://dx.doi.org/10.35572/rlr.v9i5.1954
Apontamentos
- Não há apontamentos.
Direitos autorais 2020 Revista Letras Raras

Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.
Indexadores:
Siga-nos nas redes sociais:
VISITANTES NO MUNDO DA REVISTA LETRAS RARAS: