DECOLONIALIDADE, EDUCAÇÃO E ENSINO DE LÍNGUAS E LITERATURAS

Tatiana Lourenço de Carvalho, Jackeline Susann Souza da Silva, Claudia Regina Rodrigues Calado

Resumo


Na abordagem decolonial, há a tendência de reescrita e ressignificação do presente e do passado das ex-colônias. Esse reinventar, de acordo com Hamilton (1999, p. 18), é “uma estratégia estético-ideológica que tem em vista protestar contra as distorções, mistificações e exotismos executados pelos inventores colonialistas”. Percebe-se, neste contexto, que as identidades são sempre objeto de análise sejam nas narrativas presentes, sejam nas narrativas passadas, sendo assim, reformuladas, ressignificadas e reconstruídas, em um jogo constante de assimilação e diferenciação para com o “outro”.

Necessariamente, nos estudos decoloniais, ganham evidência as vozes das culturas e dos segmentos sociais que estão situados na periferia das estruturas sociais: imigrantes, minorias raciais, mulheres, pessoas com deficiência, segmentos do movimento LGBTQIA+, entre outros grupos. Nesta abordagem em pauta, a questão da diferença subjugada e deslocada é central para o entendimento dos valores culturais próprios do processo de colonização (ASHCROFT, GRIFFITHS e TIFFIN, 1989; BHABHA, 2005).

Com o intuito de aprofundar tais discussões, no dossiê que aqui se apresenta, pretendemos contribuir na ampliação e divulgação de trabalhos que abordam estudos decoloniais na educação e, de forma mais específica, no ensino de línguas e de literaturas, trazendo, com isto, um conjunto de nove textos: sete artigos, uma entrevista e uma resenha para fortalecer a discussão.


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Referências


ASHCROFT, B.; GRIFFITHS, G.; TIFFIN, H. The Empire Writes Back: Theory and Practice in Post-Colonial Studies. Londres, Nova York: Routledge, 1989.

BALLESTRIN, L. Modernidade/Colonialidade sem Imperialismo? O Elo Perdido do Giro Decolonial. DADOS, vol. 60, n. 2, 2017, pp. 505-540.

BHABHA, H. K. O local da cultura. Belo Horizonte: EDUFMG, 2005.

COSTARD, L. Gênero, currículo e pedagogia decolonial: anotações para pensarmos as mulheres no ensino de História. Revista Fronteiras e Debates. Macapá, V.4, N.7, 2017, pp. 159-175.

HALL, S. Fundamentalismo, diáspora e hibridismo. In: _____. A identidade cultural na pós-modernidade. 3. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 1999.

HAMILTON, R. A literatura dos PALOP e a Teoria Pós-colonial. Anais... IV ENCONTRO DE ESTUDOS COMPARADOS DE LITERATURAS DE LÍNGUA PORTUGUESA. São Paulo, USP, 1999.

QUIJANO, A. Colonialidad del poder, eurocentrismo y América Latina. In: LANDER, Edgardo. La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales - Perspectivas latinoamericanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005.

QUIJANO, Al. Colonialidade do poder e classificação social. In: SOUSA SANTOS, B.; MENESES, M.P. (org.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010.


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