O TOCANTINS E SEU ENSINO DE INGLÊS NA PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO MÉDIO: ENTRE EXPECTATIVAS E SILENCIAMENTO

Gilberto Alves Araújo

Resumo


este artigo pretende identificar representações discursivas na Proposta Curricular do Tocantins (PC) para o Ensino Médio (TOCANTINS-SEDUC, 2009), tanto no que concerne aos autores desse documento, à língua estrangeira ou mais especificamente ao ensino escolarizado de língua inglesa, quanto ao papel desempenhado pelos docentes dessa disciplina. Para tanto, utiliza concepções de Pêcheux (1995; 1997; 2006) acerca de esquecimento, assujeitamento, formações ideológica e discursiva, bem como os procedimentos metodológicos de análise propostos por Orlandi (1998; 1999). A PC projeta o ensino de língua inglesa em um extenso horizonte de expectativas com relação a sua significância; tende a sobrelevar o discurso científico e literário na medida em que procura reservar o silêncio à voz do docente em sua prática cotidiana. No sistema econômico (ou em seu uso/utilidade), busca as respostas para os porquês do ensino desse idioma no Tocantins. Por fim, a identidade dos sujeitos redatores do documento surge entre inteireza e dispersão.


Palavras-chave


Análise do Discurso; Língua inglesa; Proposta curricular; Tocantins.

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DOI: http://dx.doi.org/10.35572/rle.v18i3.1175

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