Estudo comparativo dos índices de qualidade de vida no trabalho florestal em atividades com e sem mecanização

Autores

  • Stanley Schettino Universidade Federal de Minas Gerais
  • Phelipe Tadeu Oliveira Azevedo Universidade Federal de Minas Gerais
  • Silvio Sérgio Caçador Universidade Federal do Espirito Santo
  • Luciano José Minette Universidade Federal de Viçosa
  • Nathália Vasconcelos Guimarães Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.30969/acsa.v16i1.1106

Palavras-chave:

Saúde do trabalhador, Ergonomia cognitiva, Trabalho florestal

Resumo

Este estudo objetivou avaliar e quantificar os ganhos em qualidade de vida (QV) do trabalho nas atividades de colheita florestal obtidos após a mecanização dessas atividades. Através da aplicação do questionário para a caracterização da qualidade de vida, denominado Instrumento Abreviado de Qualidade de Vida (WHOQOL-Bref), foram avaliados 49 trabalhadores florestais nos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Os resultados evidenciaram que os trabalhadores apresentaram níveis médios de QV de 54,01% e 76,18%, para aqueles que desenvolviam suas atividades sem e com os recursos da mecanização, respectivamente. Ainda, foram evidenciados significativos ganhos na percepção da QV em todos os domínios avaliados. Em relação aos atributos, em todos houve melhora, em maior ou menor grau, dos índices de percepção da QV pelos trabalhadores após a implementação da mecanização das atividades de colheita florestal. Conclui-se que houve significativa melhoria da QV dos trabalhadores após a mecanização das atividades; que o ambiente de trabalho deve receber maior atenção nas políticas de desenvolvimento da QVT aplicadas aos trabalhadores da colheita florestal, independentemente de como são realizadas as atividades; e que a mecanização da colheita florestal é capaz de promover maior humanização do trabalho, resultando em melhor percepção da QVT pelos trabalhadores florestais.

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Publicado

2020-03-27

Edição

Seção

Original Articles / Artigos de Pesquisa