Os limites do lugar no ocidente: breve revisão das circunscrições topológicas
Resumo
Nessa revisão é discutido como as representações topológicas - aquelas que dizem o que são os lugares e espaços - são utilizadas para fins políticos, econômicos e ecológicos, a partir dos seus discursos de verdade e legitimidade de conceitos de mundo. Foram analisadas as circunscrições do lugar no Ocidente, considerando os indivíduos e suas localizações, em formas de agregar e segregar. As representações aqui consideradas se caracterizaram por meio de figuras circulares em linhas intransitivas e sedimentadas a partir de hierarquias e estamentos. Tais divisões apontam para o que convencionou-se denominar, na modernidade, de grupos sociais, linhagens, castas, etc. Além dos aspectos circunscritivo, desagregativo e excludente do outro, há um forte caráter de afastamento negativo do meio ambiente em relação ao lugar constituído idealista e politicamente: a cidade, os espaços urbanos ideais. Há um forte caráter de afastamento negativo do meio ambiente em relação ao lugar devido a formação das cidades, consideradas como os espaços urbanos ideais.
##plugins.generic.usageStats.downloads##
Referências
Barrows, H. H. 1923. Geography as Human Ecology. In. Annals of Association of the American Geographers, 13(1), 1-14.
Berdoulay, V.; Nicholas, E. 2012. Lugar e Sujeito - Perspectivas teóricas. In: Marandola Jr., E.; Holzer, W.; Oliveira, L. (orgs.). Qual o espaço do lugar? São Paulo: Perspectiva, 2012. pp. 93-97.
Berman, M. 1986. Tudo que é sólido desmancha no ar - a aventura da modernidade. Tradução de Leonardo Lourenço. São Paulo: Companhia das Letras. 347p.
BRASIL. Decreto n. 20.417 de 11 de out. de 2013. Regularização fundiária de terras públicas estaduais, rurais e devolutas, ocupadas tradicionalmente por Comunidades Remanescentes de Quilombos e por Fundos de Pastos ou Fechos de Pastos. Assembleia Legislativa da Bahia. Disponível em:
Capel, H. 2004. Filosofia e ciência na geografia contemporânea: uma introdução à geografia. Maringá: Massoni, 262p.
Castro, M. 2013. Sobre Paul Claval: impressões e registros geográficos. Goiânia: FUNAPE. 176p.
Casey, E. 1997. The fate of place: A philosophical history. Berkeley: University of California Press. 495p.
Cresswell, T. 2008. Place: An Introduction. Oxford: John Wiley & Sons. 168p.
Cresswell, T. 2012. Geographic thought: a critical introduction. Oxford: John Wiley & Sons. 298p.
Dardel, E. 2011. O homem e a terra: natureza da realidade geográfica. Tradução de Werter Holzer. São Paulo: Perspectiva. 160p.
Diegues, A.C.S. 2001. O mito moderno da natureza intocada. 3ª ed. São Paulo: Editora HUCTEC. 169p.
Foucault, M. 2013. Heterotopias. In: Foucault, M. Ditos e Escritos III. Tradução de Inês Autran Dourado Barbosa. Rio de Janeiro: Forense Universitária, p. 114-124.
Foucault, M. 2015. Utopias reais - ou lugares e outros lugares. Tradução de Carolina Dittrich. (n.t.) Revista Literária em Tradução. pp. 416-426.
Heidegger, M. 2006. Ser e tempo. Tradução revisada de Márcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis, Bragança Paulista: Vozes, Universidade São Francisco. 598p.
Helge S. K. 2007. Conceptions of Cosmos - from myths to the accelerating universe: a history of cosmology. New York: Oxford University Press. 288p.
Holzer, W. 2014. Sobre Territórios e Lugaridades. Revista Cidades, 10(17): 18-29.
Koiré, A. 2010. Do mundo fechado ao universo infinito. 4. ed. Tradução de Donaldson M. Garschagem. Rio de Janeiro: Forense Universitária. 304p.
Kragh, H. (2007). Conceptions of cosmos from myths to the accelerating universe: history os cosmology. Oxford: Oxford University Press.
Malpas, J.E. 2004. Place and Experience - A Philosophical Topography. United Kingdom: Cambridge University Press. p. 38. 228p.
Malpas, J.E. 2006. Heidegger’s topology: being, place, world. USA: Massachusetts Institute of Technology. p. 55. 424p.
Mira, F. 2014. As cores da economia e o desenvolvimento sustentável. In: Marques, J. (org.). Ecologias Humanas. Feira de Santana-BA: UEFS. pp. 89-104. 460p.
Nietzsche, F. 2005. Genealogia da moral. Tradução: Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras. p.131. 179p.
Pires, I.M., Craveiro J.L. 2011. Ética e prática da ecologia humana. Lisboa: Editora Apenas Livros. 30p.
Relph, E. 2012. Reflexões sobre a emergência, aspectos e essência de lugar. In: Marandola Jr. et al. Qual o espaço do lugar? São Paulo: Perspectiva, 2012.
Relph, E. 1976. Place and placelessness. London: Pion, 174p.
Risério, A. 2013. A Cidade no Brasil. São Paulo: Editora 34. 206p.
Sale, K. 2000. Dwellers in the land: The bioregional vision. Georgia: University of Georgia Press. 248p.
Schama, S. 1996. Paisagem e memória. Tradução de Hildegard Feist. São Paulo: Companhia das letras. 696p.
Silva, T.T.; Stuart, H.; Kathryn, W. 2012. Identidade e diferença. A perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes. 133p.
Virilio, P. 1993. Espaço Crítico – e as perspectivas do tempo real. Tradução de Paulo Roberto Pires. São Paulo: Editora 34. 144p.
Williams, R. 1990. O Campo e a Cidade. Tradução de. São Paulo: Companhia da Letras. 439p.
Yúdice, G. 2006. A conveniência da cultura: usos da cultura na era global. Tradução de Marie-Annee Silva. Belo Horizonte: Editora UFMG. 651p.